Justiça Climática

A luta para conter a crise climática

Storm Causes Landslides and Takes Hundreds of Lives in Petrópolis, Brazil. © Thomas Mendel / Greenpeace

Em 2022, a bomba-relógio do clima foi mais uma vez acionada. Infelizmente, vimos as consequências da crise climática recaírem sobre as pessoas em diferentes regiões brasileiras e de forma desigual. Como costumamos fazer há tempos, acompanhamos de perto os alertas da ciência, ecoamos as vozes dos mais impactados, reunimos mentes e corações na luta por ação e pressionamos o poder público. 

Em 2022, a bomba-relógio do clima foi mais uma vez acionada. Infelizmente, vimos as consequências da crise climática recaírem sobre as pessoas em diferentes regiões brasileiras e de forma desigual. Como costumamos fazer há tempos, acompanhamos de perto os alertas da ciência, ecoamos as vozes dos mais impactados, reunimos mentes e corações na luta por ação e pressionamos o poder público. 

O Painel Intergovernamental do Clima da ONU (IPCC), que reúne o conhecimento científico produzido sobre o aquecimento global, alertou: a crise do clima já apresenta consequências irreversíveis. E as populações vulnerabilizadas historicamente pagam o preço mais alto pelo despreparo do país frente a essa realidade. 

O Greenpeace Brasil vem lutando pelo reconhecimento da justiça climática como uma pauta que caminha de mãos dadas com o enfrentamento das desigualdades. Levamos essa mensagem para a COP27, a Conferência do Clima da ONU, em Sharm El-Sheikh, no Egito, onde, junto com outras organizações e representantes da sociedade civil, demos alguns cartões vermelhos para os tomadores de decisão. 

No entanto, alguns gols também foram marcados na Conferência. Entre eles, a criação de um fundo para perdas e danos aos países que mais sofrem com os efeitos da crise climática. Essa é uma forma de países desenvolvidos compensarem e repararem os países em desenvolvimento pelas consequências desastrosas das mudanças no clima.

Para que essas conexões fizessem sentido também no Brasil, especialmente para quem vive na pele as piores consequências do aumento dos eventos extremos, sobrevoamos a Amazônia com jovens voluntários do Greenpeace, ativistas que se dedicam a levar a pauta para seus territórios, em diferentes regiões do Brasil. Afinal, o que acontece na Amazônia não fica só na Amazônia.

O desmatamento da maior floresta tropical do mundo é a principal fonte de emissão de gases de efeito estufa do Brasil, intensificando o aquecimento global, e está custando caro, muito caro, para indígenas, ribeirinhos, pessoas negras, de baixa renda e que habitam regiões periféricas – em especial mães chefes de família.

O Brasil tornou-se o país das Américas com o maior número de deslocamentos forçados por eventos extremos de chuvas, em 2022, segundo o relatório anual do Centro de Monitoramento de Deslocamento Interno (IDMC). Os dois eventos que mais levaram pessoas a terem de deixar suas casas foram, respectivamente, as fortes chuvas em Pernambuco, em maio, com mais de 131 mil movimentos, e fenômeno semelhante em Minas Gerais, em janeiro, com 107 mil. 

Não podemos deixar de lembrar de outros desastres, como os que ocorreram em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, e na Bahia. Um mês após as fortes chuvas que caíram em Petrópolis, realizamos uma ação no Palácio Guanabara para homenagear as 233 vítimas fatais da tragédia e cobrar medidas do Estado para evitar novas catástrofes.

Frente à irreversibilidade das consequências da crise climática em 2022 e enquanto for necessário, defenderemos o enfrentamento da desigualdade dos impactos da crise climática e a adaptação. Afinal, implementar planos de adaptação é o caminho para que as consequências dos eventos extremos sejam minimizadas, e é inegociável que eles sejam elaborados e colocados em prática com participação popular, especialmente com quem tem sido mais impactado.

“Implementar planos de adaptação nos estados é o caminho para que as consequências dos eventos extremos sejam minimizadas.”

Rodrigo Jesus, porta-voz da campanha de Clima e Justiça

Nossas campanhas em 2022