O desastre criminoso de Mariana (MG), em novembro de 2015, provocado pelo rompimento da barragem do Fundão, de responsabilidade da mineradora Samarco, despejou toneladas de rejeitos minerais contaminando as águas do Rio Doce. Cerca de trinta e quatro milhões de m³ desses rejeitos foram lançados no meio ambiente causando a destruição de 1.469 hectares ao longo de 77 km de cursos d´água, incluindo áreas de matas ciliares.

As matas ciliares são fundamentais para a manutenção da qualidade física, química e biológica da água em uma bacia hidrográfica, além de outros serviços ambientais fundamentais. Para investigar o impacto da tragédia provocada pela “lama da Samarco” na região de Mariana, pesquisadores do Laboratório de Ecologia e Restauração Florestal da Esalq/USP promoveram o relatório “Comparação de metodologias de restauração ecológica da vegetação nativa na mitigação dos impactos do despejo de rejeitos de mineração na região de Mariana” .

O estudo mostra que o desastre causou a devastação das matas ciliares remanescentes e soterrou importantes meios de regeneração de florestas como os bancos de plântulas e de sementes encontradas no subbosque, comprometendo assim sua resiliência.

Segundo o relatório técnico da Fundação SOS Mata Atlântica publicado um ano após a tragédia, nos trechos protegidos pela floresta, onde a vegetação não foi arrastada e devastada, registraram-se os únicos índices de recuperação da condição ambiental da bacia do rio Doce. Isto é uma evidência de que além do impacto imediato do rejeito na mortalidade de árvores, os processos ecológicos responsáveis por sustentar a floresta na região atingida foram afetados.

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