Localizada entre os rios Turiaçu e Gurupi, a Terra Indígena (TI) Alto Turiaçu é uma área de 530 mil hectares, equivalente a quatro vezes e meia o tamanho da cidade do Rio de Janeiro. Junto com outras quatro áreas protegidas formam um dos últimos e mais conservados remanescentes florestais do estado do Maranhão. A TI foi homologada em 1982 como território do povo Ka’apor, porém tem sido alvo de invasões e da ação ilegal de grileiros, fazendeiros e madeireiros nos últimos 25 anos.

Cerca de 8% de sua área já foi desmatada – convertida em pastos, campos de arroz e vilarejos, segundo análises de imagens de satélite feitas pelo Greenpeace. E o ritmo de devastação segue incessante na Alto Turiaçu. É o que mostra o relatório “A Crise silenciosa da Amazônia: A invisibilidade dos Ka’apor”, que busca chamar a atenção da população e do governo para a invasão de Terras Indígenas e dar visibilidade para a luta por direitos do povo Ka’apor.

A pressão exercida pelos madeireiros sobre as terras do povo Ka’apor não é difícil de entender. Eles abrem estradas e avançam sobre a floresta em busca das espécies nobres de madeira, como o Ipê, cujo metro cúbico processado e exportado pode atingir o valor de 1.300 euros. Além de ameaçar a biodiversidade e gerar violência e conflito com as populações locais, o saque de madeira dentro de áreas protegidas tem como consequência a degradação da floresta, que é o primeiro passo para o desmatamento.

Os Ka’apor afirmam que a maioria das licenças ou planos de manejo concedidos aos madeireiros na região é falsa, já que, ali, somente as terras indígenas possuem florestas

Além de cumprir um papel fundamental na proteção das populações tradicionais e povos indígenas, a criação de Unidades de Conservação e Terras Indígenas são os mecanismos mais eficientes para combater o desmatamento, garantir a integridade da floresta e mitigar as consequências das mudanças climáticas.

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