São Paulo – Dados do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, Dia do Meio Ambiente, mostram que não há nada para se comemorar nessa data: os alertas de desmatamento na Amazônia estão crescendo em ritmo alarmante. Os dados até o dia 28 de maio mostram um aumento de 34% nos alertas de corte raso em relação aos registrados no mês de abril. Com 612 Km2 foi o mês com a maior área de alerta de desmatamento neste ano. Isso significa que de janeiro à maio deste ano o aumento dos alertas de desmatamento foi de 32% em relação ao mesmo período do ano passado. No momento crítico em que estamos vivendo, tentando conter ao máximo os impactos no sistema de saúde para controlar o avanço da pandemia de coronavírus e garantir atendimento a todos que precisarem, o aumento do desmatamento pode causar danos irreparáveis. 

“Estamos chegando ao período mais seco na Amazônia, neste período as queimadas costumam ser recorrentes na região, conforme vimos ano passado. Isso significa que mais pessoas desta região precisarão de atendimento médico devido aos problemas respiratórios causados pela fumaça e pelas cinzas da floresta queimando. Isso por si só já é um enorme problema ao qual seguimos lutando contra. No entanto este ano, com a crise do sistema de saúde, os danos das queimadas na Amazônia podem ser fatais, pois tende a sobrecarregar um sistema de saúde já bastante sobrecarregado, devido a COVID 19”, comenta Rômulo Batista da campanha de Amazônia do Greenpeace.

Sem apresentar medidas efetivas para conter o avanço do desmatamento e sem um plano de ação para atender a população mais vulnerável na Amazônia, o governo segue deixando claro o seu total descaso com o meio ambiente, as florestas e a vida dos brasileiros. Se analisarmos os dados do DETER do período de agosto de 2019 a 28 de maio de 2020, veremos que alertas apontam para uma área desmatada de 6.147 km². Este é o maior índice dos últimos anos e 80% maior do que o registrado neste mesmo período do ano passado. “Estamos, infelizmente, caminhando para mais um ano recorde em desmatamento. Não há mais espaço para passar a boiada. Ao contrário do que o ministro Ricardo Salles declarou durante a reunião ministerial com presidente, não só a imprensa mas o mundo está de olho no que ocorre na Amazônia, e políticos de diferentes países como Holanda e USA, já se manifestaram contrários a qualquer tipo de acordo comercial com o Brasil, devido a completa falta de controle do desmatamento na Amazônia desde o ano passado. É preciso agir de uma vez por todas para acabar com o desmatamento”, conclui Rômulo.

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