O Brasil não podia mais ter à frente do Ministério do Meio Ambiente alguém que, de forma intencional e deliberada, agia contra a própria pasta e estava trazendo graves danos ao país. Mas mudar o ministro não garante que o governo Bolsonaro mudará seu projeto antiambiental nefasto e que vem sendo dolosamente implementado.  

Por um lado, a sociedade civil recebe com alívio o pedido de demissão do ministro, após diversas investigações de desvio de finalidade de sua função, confirmando aquilo que vem sendo denunciado desde o início de seu mandato. Por outro, é evidente que a troca de peças por si só não deve mudar a estratégia do governo, agora com o novo ministro Joaquim Álvaro Pereira Leite, antigo membro da Sociedade Rural Brasileira (SRB), até então subordinado de Salles e aliado aos interesses do agronegócio.

Na mesma hora em que Salles deixava seu cargo, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), presidida pela governista Bia Kicis, deu sua demonstração de desrespeito à democracia, à Constituição Federal, aos povos indígenas e à sociedade brasileira, e aprovou, sem debate e às pressas, o PL 490/2007, que praticamente inviabiliza demarcações de Terras Indígenas e escancara os territórios para atividades econômicas predatórias.

A saída de Salles foi tardia, mas necessária. Entretanto, a estratégia do governo para a agenda ambiental não deve mudar e, de mãos dadas com o Legislativo, vão seguir tentando avançar na desregulamentação da proteção ambiental e dos povos indígenas.

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