Bruno e Dom foram assassinados no Dia do Meio Ambiente, em 2022, defendendo a Amazônia e as Terras Indígenas | Foto: © Tim Aubry/Greenpeace

Há um ano o indigenista Bruno Araújo Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips desapareceram no Vale do Javari, Amazonas. Após dias de buscas, seus corpos foram encontrados com sinais de violência. As mortes ganharam repercussão mundial e agravaram ainda mais as tensões na região, que é alvo de atividades criminosas, como a pesca ilegal, a extração de madeira, o garimpo e o narcotráfico.

Os assassinatos de Bruno e Dom são lembrados justamente em uma semana na qual as atenções políticas estão voltadas para uma pauta relacionada ao meio ambiente. Além dos desmontes dos ministérios dos Povos Indígenas e do Meio Ambiente, na quarta-feira (07/06) o Supremo Tribunal Federal (STF) deve avaliar a tese do Marco Temporal.

No dia em que morreu, Bruno estava trabalhando em um projeto oposto ao do Marco Temporal. A proposta era refazer a demarcação física dos limites do território feitos pela Funai há 20 anos.

Bruno e Dom defendiam o direito dos povos indígenas às suas terras e ao isolamento, como previsto pela Constituição. Mas, o Congresso Nacional desconsiderou essas garantias com a aprovação do projeto de lei nº 490 (no Senado, PL 2903), que institui a tese do Marco Temporal, determinando uma data para que os povos possam reivindicar suas terras ocupadas.

O PL também permite a exploração econômica de terras, inclusive dos povos isolados. Se o texto atual for aprovado, o futuro de centenas de terras indígenas estará ameaçado.

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