Documento “Basta de Tragédias” foi entregue à secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, e alerta a urgência de se revisar e colocar em prática o Plano Nacional de Adaptação (PNA)

Foto da entrega das assinaturas do abaixo-assinado Basta de Tragédias.
Igor Travassos, coordenador de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, entrega o abaixo-assinado “Basta de Tragédias” para a secretária nacional de Mudança do Clima, Ana Toni, durante reunião da Rede de Adaptação Antirracista, nesta terça-feira (5) em Brasília | Foto: Matheus Alves/Greenpeace

Brasília (DF), 5 de março de 2023 – O Greenpeace Brasil entregou nesta terça-feira (5), ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), o abaixo-assinado Basta de Tragédias, que pede aos governantes urgência de adaptação frente aos eventos extremos que seguem afetando cidades de diferentes regiões no Brasil. O poder público está atrasado em implementar políticas de adaptação e prevenção às catástrofes do clima e é urgente revisar e colocar em prática o Plano Nacional de Adaptação (PNA), junto com o Plano Nacional de Gestão de Riscos e Resposta a Desastres.

O abaixo-assinado foi entregue à secretária nacional de Mudança do Clima do MMA, Ana Toni, pelo coordenador da frente de Justiça Climática do Greenpeace Brasil, Igor Travassos, durante a reunião da Rede de Adaptação Antirracista, em Brasília.

“A entrega dessa petição é muito mais que um ato simbólico, mas um pedido urgente de uma parcela da população brasileira para que o governo assuma sua responsabilidade diante dos eventos extremos e do dever constitucional de proteção à vida das pessoas”, afirma Igor Travassos. 

Com mais de 16 mil assinaturas coletadas, a entrega do documento ocorre em meio aos alagamentos nas cidades do Acre, à estiagem histórica em Rondônia e seis meses após a tragédia causada pelas fortes chuvas no Rio Grande do Sul, que deixou mais de 50 mortos. 

“Recentemente, assistimos tragédias em Petrópolis e na Baixada Fluminense (RJ), na Vila Sahy (Litoral Norte de São Paulo), na Região Metropolitana do Recife (PE), na região do Vale do Taquari (RS), além da estiagem severa na região Norte, a maior da bacia amazônica, que deixou milhares de pessoas impactadas, sobretudo populações que já vivem em um cenário de desigualdade. Todos esses desastres são reflexos das mudanças climáticas e da falta de políticas que adaptem esses territórios, por isso, é preciso que o poder público atualize e implemente o Plano Nacional de Adaptação”, explica Travassos.

Adaptação climática antirracista

É um conjunto de medidas, em cidades e outros territórios, para reduzir os impactos da crise climática. Com o comprometimento do poder público, é possível tornar esses lugares mais resilientes, diminuindo o número de mortes.

A maior parte das vítimas dos desastres decorrentes das mudanças climáticas são pessoas negras, indígenas, quilombolas e periféricas A adaptação antirracista pressupõe o reconhecimento das desigualdades raciais e territoriais no contexto de cada região.

Uma pesquisa do Greenpeace Brasil, com dados do Ipec (Inteligência em Pesquisa e Consultoria), publicada em outubro revelou que 63% dos brasileiros se sentem inseguros ou muito inseguros em relação a eventos climáticos extremos em suas cidades. Porém, quando considerada a classe social do entrevistado, a pesquisa encontrou uma diferença relevante nessa percepção, pois 56% das pessoas das classes A e B afirmaram se sentir inseguras ou muito inseguras, enquanto que o percentual chegou a 70% entre as pessoas das classes D e E. 

Exposição no MMA

Foto: Matheus Alves/Greenpeace

Durante a reunião e a entrega da petição “Basta de Tragédias” no MMA, o Greenpeace Brasil realizava na parte externa do ministério uma exposição com fotos dos principais eventos extremos ocorridos no país recentemente. Seis totens representavam as tragédias em Petrópolis (RJ) em 2022, Morro dos Macacos (SP) em 2020, Vila Sahy (SP), Ilhéus (BA), Rio Tefé (AM), Rio Urucu (AM) e Sena Madureira (AC).

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