Balsas no Rio Madeira em novembro de 2021 © Bruno Kelly / Greenpeace

São Paulo – Apenas oito meses depois da mega operação que contabilizou centenas de balsas de garimpo ilegal no Rio Madeira, a cidade de Autazes (AM) volta a receber a visita indesejada dos garimpeiros nesta semana. Testemunhas afirmaram que as balsas retornaram à região da foz do Rio Madeira, desta vez próximo ao município de Borba. 

Para o porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil, Danicley de Aguiar, o que possibilita o retorno dos garimpeiros à região é a ausência de uma política de desenvolvimento regional: “De uma vez por todas, o Estado brasileiro precisa compreender que precisamos ir além das ações de comando e controle, e estruturar outras políticas que nos permitam superar a economia da destruição que consome rios e florestas, mas também se alimenta da desigualdade social profunda que caracteriza a região.”

No dia 23 de novembro de 2021, o Greenpeace Brasil realizou um sobrevoo no Rio Madeira, confirmando a presença de centenas de balsas que estavam efetivamente trabalhando no leito do rio, extraindo ouro numa região situada entre as cidades de Autazes e Nova Olinda do Norte. Após a denúncia da organização e a grande repercussão nacional diante do caso, os garimpeiros começaram a fugir do local. Ainda assim, 131 balsas foram destruídas em duas operações da Polícia Federal em parceria com o Ibama.

Danicley de Aguiar acredita que, a curto prazo, a melhor forma de combater a atividade garimpeira na região é incidir diretamente na rede que sustenta essa prática predatória: “O Estado precisa investigar e desmontar a linha de suprimento que garante combustível para o desenvolvimento dessa atividade no Rio Madeira. O óleo diesel que abastece essas balsas não cai do céu”, finaliza.

Assessoria de imprensa Greenpeace Brasil

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