A questão climática assola as pessoas de maneira desproporcional, a exemplo das mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e periféricas”, diz Greenpeace Brasil

Projeto ‘Cidades sem Fome’  no Jardim Sapopemba (SP) – Foto: Peter Caton / Greenpeace

São Paulo, 4 de novembro de 2022 – Moradores de periferias e outros grupos em situação de vulnerabilidade social morrem 15 vezes mais por eventos climáticos extremos,  segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), ligado à Organização das Nações Unidas (ONU). O órgão também alerta que o número de pessoas expostas a secas e enchentes em cidades deve dobrar até 2030 no mundo. No Dia da Favela, comemorado em 4 de novembro, o Greenpeace Brasil ressalta a urgência de governos criarem planos para adaptação climática e de perdas e danos nestas áreas urbanas, mais vulneráveis social e ambientalmente, com limitada capacidade de adaptação.

No Brasil, uma recente pesquisa do Instituto Polis mostrou que os mais expostos a enchentes, inundações e deslizamentos em São Paulo (SP), Belém (PA) e Recife (PE) são pessoas negras, de baixa renda e que habitam regiões periféricas, em especial mães chefes de família.

“A questão climática assola as pessoas de maneira desproporcional, a exemplo das mulheres, pessoas negras, LGBTQIA+ e periféricas. Durante a tragédia que assolou Petrópolis, no Rio de Janeiro, por exemplo, 60,6% do total de vítimas da enchente e deslizamentos de terras eram mulheres. Os governos  precisam levar em consideração questões de gênero e raça e garantir diversidade entre seus governantes para a criação de políticas públicas efetivas, que tornem nosso país verdadeiramente justo e inclusivo.”, diz Daniela Costa, gerente de Clima e Justiça  do Greenpeace Brasil.

É preciso ouvir a favela!

A jovem ativista Amanda da Cruz Costa, 26 anos, moradora de Brasilândia, bairro periférico na Zona Norte de São Paulo, que sofre com enchentes e alagamentos, percebeu na faculdade que era direito de todos e todas ocupar os espaços de decisão sobre a agenda climática.

“Em 2017, eu comecei a desenvolver um projeto de pesquisa na universidade sobre os objetivos de desenvolvimento sustentável com ênfase na ação climática. Eu percebi que os problemas climáticos globais estavam impactando diretamente a minha comunidade, e comecei a me engajar no tema. Nesse mesmo ano,  recebi uma bolsa para representar a juventude brasileira na COP23, em Bonn”, conta Amanda.

Na volta ao Brasil depois de ver de perto como são realizadas as negociações durante a Conferência das Partes (COP), Amanda fundou o coletivo Perifa Sustentável, onde jovens da periferia produzem conteúdo sobre as mudanças climáticas.

A exemplo da história da Amanda, o Greenpeace Brasil defende que a Justiça Climática só será de fato “justa” se os povos dos territórios periféricos forem incluídos nos espaços de tomada de decisão e em todos os níveis de negociação sobre a agenda climática global e doméstica. Para isso, é essencial estabelecer metas para maior participação política desses povos, garantindo que diferentes perspectivas sejam  ouvidas e atendidas nas estratégias de mitigação e adaptação às mudanças climáticas. 

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