No dia 16 de agosto, o satélite de referência AQUA apresentou problemas técnicos e a publicação de dados foi suspensa pela NASA. As imagens que são recebidos por antenas da NASA são utilizados pelo INPE para a quantificação diária dos focos de calor, todos disponibilizados na plataforma do instituto. 

Devido à este problema, alternativamente o INPE passou a receber as imagens do satélite pelas antenas do INPE localizadas em Cuiabá, Mato Grosso e em Cachoeira Paulista, São Paulo. Porém, essas antenas não cobrem toda Amazônia e, sem os dados recebidos e gerados pela NASA, algumas áreas  podem acabar ficando de fora. 

Por esse motivo, os dados disponibilizados pelo Programa Queimadas estão subestimados desde o dia 16. O comunicado do Programa Queimadas – INPE do dia 19 já alerta para o fato que “o número de focos do satélite de referência que aparece nas páginas de situação atual, de estatísticas de estados e de países e, no BDQueimadas, pode ser afetado temporariamente nas áreas do Brasil prejudicadas por essas limitações operacionais.” Por exemplo, no próprio dia 16 nenhum foco de calor foi registrado nos estados do Amazonas e apenas 8 focos em Rondônia, locais onde nesse dia o Greenpeace registrou diversas imagens aéreas de queimadas. 

Fotos aqui

A cobertura dos dados tem sido prejudicada em algumas regiões do bioma Amazônia, conforme ilustra a figura abaixo que compara os focos de calor gerados a partir do satélite AQUA e do satélite Suomi-NPP . 

Figura 1 – Observa-se a ausência de registros de focos de calor pelo AQUA em partes do Amazonas e do Acre no dia 17, em partes do Pará no dia 18 e em parte do Amazonas no dia 19.

O INPE também disponibiliza em sua plataforma os dados provenientes de diferentes satélites, incluindo o Suomi-NPP e NOAA20. No entanto, o AQUA é o satélite referência, cujos focos diários detectados são usados para compor os dados disponibilizados no site (mensais, diários, por bioma, anuais, etc). 

O número de focos de calor gerados a partir do dados do satélite Suomi-NPP e NOAA20  não indicam uma diminuição dos focos no período entre os dias 16 e 19, conforme ilustrado abaixo: 

O INPE e NASA garantiram transparência sobre a situação e informaram devidamente seus usuários. Neste momento, resta esperar que a situação seja normalizada. Portanto, é preciso ter cautela para não fazer conclusões equivocadas sobre uma redução do número de focos de calor na Amazônia. 

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