Lideranças indígenas ao redor do mundo marcharam em Montreal, Canadá, durante as negociações da Convenção de Biodiversidade da ONU, COP15, para demandar que seus direitos sejam respeitados no acordo final.

Montreal, Canadá, 19 de dezembro de 2022 – A Convenção da ONU COP15 se encerrou, na madrugada desta segunda-feira, com um acordo final para o Marco Global da Biodiversidade. O Greenpeace Brasil saúda o reconhecimento explícito dos direitos, territórios e conhecimento dos povos indígenas como a forma mais eficaz de proteger a biodiversidade no texto final das negociações. 

Paulo Adário, estrategista de campanhas sênior do Greenpeace Brasil, disse:

“Não só no Brasil, mas no mundo todo, os povos indígenas são os guardiões mais eficazes e conhecedores da natureza. O reconhecimento explícito de seus direitos, territórios e conhecimento como a melhor forma de proteger a biodiversidade no texto final das negociações da COP15 é um marco importantíssimo. Este reconhecimento só foi possível com a incisiva presença de lideranças indígenas globais na COP15, inclusive do Brasil, com uma forte delegação da APIB.”

“Este acordo de proteção à biodiversidade global chega em um momento crucial para o contexto brasileiro, com a mudança para um governo que vem publicamente se comprometendo em retomar a demarcação de terras indígenas e defendendo os direitos dos povos originários, que foram tão ameaçados nos últimos quatro anos. Além disso, com o acordo dos países em investir, inicialmente, US$ 20 bilhões por ano até 2025, e depois US$ 30 bilhões por ano até 2030, apesar de não ser o suficiente globalmente, é aceno positivo ao Brasil, tornando mais fácil o cumprimento das promessas de Lula durante sua campanha.” 

“A proteção da biodiversidade está diretamente relacionada ao combate ao desmatamento na Amazônia e no Cerrado, biomas importantíssimos para a conservação da natureza e na luta contra a emergência climática. O governo Lula terá um grande desafio pela frente para enfrentar a destruição da biodiversidade no nosso país e colocar o Brasil novamente à frente como um líder global na proteção do meio ambiente.”

Entretanto, como um todo, a COP15 poderia ter sido mais ambiciosa em definir ferramentas e o financiamento necessário para impedir a extinção em massa que estamos enfrentando. A meta 30×30, de proteger pelo menos 30% da terra e do mar até 2030, foi aprovada depois de muita resistência. Mas é simplista, sem qualificadores essenciais que excluam atividades prejudiciais de áreas protegidas. Resta ver se vai ser implementada. Não custa lembrar que as metas estipuladas na COP10 em Aichi, no Japão, não foram cumpridas.

​​Assessoria de imprensa Greenpeace Brasil

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