Dados do sistema Deter apontam queda de 32% no mês de agosto, mas ainda não é motivo para celebrar

© Christian Braga / Greenpeace

São Paulo, 10 de setembro de 2021Dados do sistema DETER, do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados hoje, apontam que em agosto deste ano 918 km² da Amazônia estão com alertas de desmatamento. Apesar da queda em comparação com 2020, 32% menor, os alertas estão 42.7% maiores do que em agosto de 2018.

Veja aqui imagens de desmatamento registradas em julho de 2021

“Apesar dos dados divulgados hoje serem menores do que o mesmo mês de 2020, não podemos comemorar, pois é notório que não representa de fato uma queda, é apenas um declínio do padrão de destruição que se estabeleceu nos últimos anos, o “padrão Bolsonaro”. Não podemos normalizar a degradação da Amazônia e nos contentar com baixas tão irrisórias”, comenta Rômulo Batista, porta-voz da campanha de Amazônia do Greenpeace.

De janeiro a agosto de 2021 os alertas de desmatamento somam 6026 km², praticamente igual ao mesmo período em 2020, onde os alertas somaram 6099 km². Este é o terceiro ano seguido em que o período, de janeiro a agosto, fica acima de 6.000 km2, algo que só ocorreu durante o governo Bolsonaro. O que vemos é o aumento assustador das queimadas, que é a outra face da mesma moeda do desmatamento. Esses números são reflexos não só da política antiambiental do governo, mas também de seus aliados no Congresso Nacional, que tentam aprovar projetos de leis que ameaçam as florestas e seus povos, como os PL 2633, PL 490 e outros. São estes projetos que estimulam e intensificam a corrida de madeireiros, grileiros, fazendeiros e garimpeiros pela ocupação da Amazônia.

“Nesta gestão ainda não existe estratégia capaz de conter os altos níveis de destruição. O fortalecimento dos órgãos ambientais, a criação de unidades de conservação e terras indígenas, o combate à grilagem deveriam ser prioridades. Mas ao invés disso, temos acompanhado as ações dos poderes executivo e legislativo no caminho contrário, estimulando a destruição ambiental ao invés de punir e coibir o crime”, completa Rômulo. 

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