Ruínas de um parque de diversões em Pripyat, cidade abandonada após o desastre nuclear de Chernobyl. © Greenpeace / Steve Morgan

Ruínas de um parque de diversões em Pripyat, cidade abandonada após o desastre nuclear de Chernobyl.
© Greenpeace / Steve Morgan

A explosão do reator de Chernobyl, 25 anos atrás, ficou marcada na história como o maior acidente nuclear da civilização. Suas conseqüências foram sentidas ao redor do globo e persistem até hoje

Em 26 de abril de 1986, um grande acidente ocorreu no reator número quatro da central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, que, na época, pertencia à União Soviética. Os funcionários da estação realizariam um teste a fim de verificar se as turbinas poderiam gerar energia suficiente para manter as bombas de resfriamento funcionando (no caso de uma queda de energia) até que o gerador de emergência movido a diesel começasse a funcionar. As pressões políticas para que o reator continuasse funcionando durante todo o dia, para alcançar as metas de geração, fizeram com que o teste fosse prorrogado. A equipe especialmente treinada para esse teste deixou o local e o reator já não estava funcionando em suas condições normais quando o teste finalmente começou, durante a noite. Somado a isso, a fim de prevenir interrupções que afetassem o reator, sistemas de segurança foram deliberadamente desligados. Mais tarde, após o início do experimento, o reator ficou fora de controle.

Elementos combustíveis do reator se romperam. Houve uma violenta explosão que destruiu o revestimento da usina que pesava 1000 toneladas.Varetas de combustível derreteram a uma temperatura superior a 2000ºC. O grafite que revestia o reator pegou fogo e queimou por nove dias, liberando cem vezes mais radiação na atmosfera do que as bombas atômicas lançadas em Hiroshima e Nagasaki.

A maior parte da radiação foi liberada nos primeiros dez dias, contaminando vastas áreas e afetando milhões de pessoas. A instabilidade do clima nos dias seguintes ao acidente levou a contaminação para grandes territórios da Escandinávia, Grécia, centro e leste europeu, sul da Alemanha, Suíça e norte da França e Grã-Bretanha.

Entre 125.000 e 146.000 quilômetros quadrados do território de Belarus, Rússia e Ucrânia foram contaminados em níveis que exigiam a evacuação total, ou a imposição de grandes restrições (a área afetada por terra é equivalente à área da Grécia ou de Bangladesh, ou de quase cinco vezes o tamanho da Holanda).

No momento do acidente, sete milhões de pessoas (incluindo três milhões de crianças) moravam em áreas próximas. Por volta de 350.000 foram expulsas ou deixaram a área afetada. Em uma perspectiva a longo prazo, a forma mais impactante de contaminação é por meio do césio-137. Dada a sua meia-vida de 30 anos, levará mais de um século para que a contaminação seja reduzida significativamente.

Níveis de césio radioativo altos o suficiente para exigir a intervenção do Estado podem ser encontrados de Chernobyl até a Escócia e Grécia. Assim como a contínua contaminação radioativa, os impactos na saúde das vítimas persistirão por várias décadas. Um estudo encomendado pelo Greenpeace, realizado em 2006 para coincidir com o 20º. Aniversário de Chernobyl, estima que o número de mortes em longo prazo no mundo provocadas pelo acidente de Chernobyl pode chegar a 100.00 pessoas. A catástrofe de Chernobyl ocorreu há 25 anos, mas continua a fazer vítimas.

 

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