Não tivemos um novo santuário, mas demos um passo rumo à conservação e bloqueamos uma ameaça real; veja como foi a reunião da Comissão Internacional da Baleia de 2018

 

Realizada a cada dois anos, a 67ª reunião da Comissão Internacional da Baleia (CIB), o órgão global encarregado de cuidar das populações de baleias do mundo, terminou na sexta-feira (14) passada em Florianópolis, no Brasil, depois de causar indignação pública e uma grande mobilização nas redes sociais ao colocar para votação uma proposta do Japão de liberar a caça comercial de baleias, ainda que maquiada de “sustentável”. Felizmente, ela foi rejeitada por 41 votos contra 27 e 1 abstenção.

Ao longo dos anos, nos acostumamos à polarização entre os países nessas reuniões, e esse encontro não foi diferente. Nós do Greenpeace, com outros grupos ambientalistas e de conservação, estivemos lá como observadores. Veja um resumo do que vimos:

A Declaração de Florianópolis foi acordada

Apoiada por uma clara maioria de países (40 votos a favor contra 27), a Declaração de Florianópolis consagra a importância das baleias no ecossistema global e a CIB como um órgão de conservação. É bom lembrar que essa Comissão surgiu em 1946 para regular a  caça às baleias como atividade econômica. Durante décadas, o Greenpeace fez uma campanha incansável para que a proteção fosse o foco deste organismo global. A declaração deste ano é um passo positivo e necessário, considerando que as ameaças às baleias estão aumentando ano após ano.

Nenhum Santuário de Baleias do Atlântico Sul, novamente

Apesar dos melhores esforços e de grandes esperanças do principal apoiador e país anfitrião, o Brasil, mais uma vez não houve apoio suficiente para criar um Santuário de Baleias do Atlântico Sul. Embora tivesse um claro apoio da maioria, a proposta não obteve o número mínimo de votos (75%) para ser aprovada. Sem desistir, continuaremos nossa articulação para que ela seja votada novamente na próxima reunião, daqui a dois anos, e finalmente  aprovada.

A boa notícia é que, com a Declaração de Florianópolis, a área do Atlântico Sul passa a ser encarada como de interesse especial para a conservação e uso não-letal de baleias. Não é tão importante quanto um santuário, mas é mais um passo em direção a ele. Isso favorece atividades como a observação de baleias, que já gera uma receita de mais de dois bilhões de dólares por ano, contribuindo para a subsistência de comunidades costeiras, inclusive em países em desenvolvimento.

De olho na Antártida

Apesar destas conquistas, a proteção efetiva das baleias não está resolvida. Como já falamos, elas ainda estão ameaçadas pelo aquecimento global; pela pesca industrial que compete pelo seu alimento; pela poluição sonora e de plásticos; pela exploração de petróleo nos oceanos. São fatores complexos de se lidar e por isso o Greenpeace realiza diversas campanhas nesses temas.

Você pode ajudar o nosso trabalho global para criar grandes santuários oceânicos – áreas totalmente protegidas para a vida marinha, para que espécies como as baleias possam prosperar para as gerações futuras. Precisamos de você agora mais do que nunca, para proteger tanto as nossas águas nacionais como o alto-mar global, que teoricamente não pertence a ninguém e por isso é de todos nós.

Em outubro, a Comissão de Proteção da Antártida irá decidir pela criação do maior santuário marinho do mundo, no Oceano Antártico. Se você ainda não assinou a petição, assine agora e compartilhe com suas redes.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!