Voluntária do Greenpeace Brasil conta como foram as ações nos momentos mais difíceis e relata como está a situação agora

Centro de triagem e distribuição de doações da Cruz Vermelha no Rio Grande do Sul. © Tuane Fernandes / Greenpeace

Quantas pessoas que vivem longe do Rio Grande do Sul, neste último mês, entregaram seus pensamentos, seu coração, suas lágrimas, recursos financeiros, roupas, galões de água, alimento e tudo o que estivesse ao seu alcance para contribuir com a grande rede de solidariedade que se formou? Isso pode ser mensurado de muitas maneiras, mas talvez o que mais importa para essas pessoas é saber que a ajuda chegou e aliviou a situação trágica pela qual centenas de milhares de gaúchos passaram.

Uma das pessoas que viveu, viu e segue acompanhando de perto as consequências do desastre quer dar um retorno, passar uma mensagem que reúne agradecimento e um pedido, que a força que tornou possível a formação dessa grande rede se mantenha viva. 

Leia o relato de Natália Campos, moradora da cidade de Imbé (RS) e uma das integrantes do grupo de voluntários do Greenpeace Brasil no Litoral Norte do Rio Grande do Sul, que trabalhou incansavelmente por dias seguidos nas ações de ajuda humanitária:

Meu nome é Natália, tenho 27 anos e sou facilitadora do grupo de voluntários. Eu moro aqui no Sul, mais especificamente na cidade de Imbé, onde desde os primeiros dias eu e outras pessoas do grupo de voluntários atuamos ajudando em resgates junto ao Corpo de Bombeiros, montando kits em diversas cidades do litoral a apoiando na logística de triagem e distribuição das doações. 

Uma experiência marcante? A que eu vivi em Caxias do Sul, onde o Greenpeace nos apoiou junto à atuação com a Cruz Vermelha. Foram dias intensos e gratificantes. Foi marcante ver tantas pessoas de perfis tão diferentes unidas por uma causa maior; pessoas que não foram atingidas, pessoas com trabalhos considerados “importantes” ou que não têm na sua rotina o esforço físico como prática, e que ainda assim toparam carregar peso, descarregar caminhão, fazer tudo o que estivesse ao seu alcance para ser parte deste momento.

É importante dizer que o básico ainda segue sendo necessário, me refiro a itens como alimento, materiais de higiene, pois ainda há muitas pessoas fora de casa e sem perspectiva de retorno à sua residência ou ao seu trabalho. A ajuda de voluntários para a limpeza das residências que resistiram às enchentes e a doação de produtos de limpeza segue sendo muito importante.

Eu nem sei se tenho palavras para expressar o quanto foi importante a contribuição das pessoas nessa grande rede de solidariedade, pois há famílias que perderam literalmente tudo, tudo mesmo, e cada doação fez uma enorme diferença.

O que eu vejo é que os nossos governantes não estão dando conta nem da metade dessa demanda, e sei que essa situação ainda está longe de terminar, mas com a ajuda de todos acredito que podemos superar isso e trazer um mínimo de dignidade à vida de quem já sofreu tanto.

Eu tenho muito orgulho de fazer parte dessa frente de ajuda humanitária e vejo que o Greenpeace não mediu esforços para contribuir com o Rio Grande do Sul, pois disponibilizou não só um link seguro para as doações como também ajuda financeira para fazer parte dessa onda de boas ações, e principalmente, levou pessoas dispostas para nos ajudar nas mais diversas áreas de atuação. Só temos a agradecer pelo apoio e por tudo que seguem fazendo por nós. 

Medidas e políticas públicas de adaptação à crise do clima, de prevenção, enfrentamento aos desastres e valorização da vida continuarão sendo monitoradas e cobradas pelo Greenpeace Brasil, pois ainda há muito a ser feito.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!