Relembramos protestos importantes feitos pelo Greenpeace em outros governos, em defesa das florestas e de um meio ambiente saudável e equilibrado para essa e as próximas gerações

“Onde o Greenpeace estava nos outros governos?”; “Vocês não gostam do Jair Bolsonaro?”; “Mas e o PT?”. Esses e outros questionamentos aparecem quando nos manifestamos contra a destruição ambiental provocada pelo governo Bolsonaro, desde que assumiu a Presidência da República, em 2019. Não importa quem esteja sentado na cadeira presidencial: sempre iremos cobrar, denunciar e nos manifestar contra atitudes que coloquem em risco o meio ambiente, os povos da floresta e o nosso futuro. 

Somos uma organização independente e apartidária, ou seja, que não é ligada a nenhum partido. Não aceitamos dinheiro de empresas, partidos políticos ou de governos, pois nossa liberdade para puxar a orelha de quem quer que seja é fundamental. Nossa atuação se estende a outras esferas de poder, como o Congresso Nacional. 

Para quem não se recorda ou não nos acompanhava até recentemente, relembramos neste blog alguns protestos pacíficos importantes que fizemos, endereçados a outros presidentes da República, sempre em defesa das florestas, seus povos e de tudo que necessitamos para garantir um meio ambiente saudável e equilibrado, para essa e as próximas gerações. 

Michel Temer

Em setembro de 2017, representantes do #Resista – movimento que reuniu cerca de 150 organizações, incluindo o Greenpeace – deixaram um recado claro ao então presidente Michel Temer, em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília: basta de ataques ao meio ambiente e aos direitos humanos por parte do governo federal e da bancada ruralista no Congresso. 

A manifestação ocorreu no mesmo dia em que Temer tentou passar ao mundo a impressão de que a agenda socioambiental brasileira estava avançando, ao discursar na Assembleia das Nações Unidas, em Nova York (o mesmo encontro da ONU em que Bolsonaro também adotou a estratégia de vender uma bela maquiagem verde, só que na edição de 2020 – veja aqui). 

Distantes do Brasil fisicamente mas com o pensamento e o coração na Amazônia, ativistas do Greenpeace e de outras organizações da Noruega protestaram em frente à residência do primeiro-ministro em Oslo para dizer a Temer, que visitava o país, que seu governo colocava em risco as florestas, os povos indígenas e os protetores de direitos humanos brasileiros. Vale lembrar que em 2017 a Noruega era a maior patrocinadora do Fundo Amazônia. 

Dilma Rousseff

Em 2010, em plena campanha pela Presidência da República, a então candidata Dilma Rousseff não gostou nem um pouco quando ativistas do Greenpeace interromperam um evento do qual participava para lhe pedir que assinasse compromisso com o desmatamento zero e com as leis de incentivo a energias renováveis. Assista:

Depois de eleita, a criticamos em outras ocasiões: pelo apoio que deu às usinas hidrelétricas de Belo Monte e Tapajós; por não ter vetado integralmente as mudanças no Código Florestal; pela não demarcação de terras indígenas e unidades de conservação; e por sua postura contrária a energias renováveis, como solar e eólica.

Em 2012, por exemplo, em um protesto feito na Embaixada do Brasil no Reino Unido, em Londres, Dilma Rousseff foi representada em um quadro se fotografando com um smartphone, enquanto a floresta amazônica queima ao fundo. O Greenpeace, com centenas de milhares de brasileiros, exigia que Dilma vetasse o novo Código Florestal e se comprometesse com o fim do desmatamento no Brasil. 

Lula

Um Lula bastante idoso aparecia em um anúncio no aeroporto de Copenhague, Dinamarca, em 2009, assinando o texto: “Desculpe, poderíamos ter impedido mudanças climáticas catastróficas… não o fizemos”. Datada de 2020, a imagem, na verdade, era um protesto do Greenpeace com organizações parceiras, conclamando chefes de estado a garantir um acordo climático global, justo e ambicioso na Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP15), que aconteceria naquele ano em Copenhague.

Um mês depois, um banner gigante endereçado a Lula, aberto na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, chamava a atenção do presidente sobre a importância do combate às mudanças climáticas. A manifestação, feita na véspera da COP15, dizia: “Lula, você pode fazer muito pelo clima: desmatamento zero, energias renováveis, proteção dos oceanos”. 

Houve também o dia em que o PT, de Partido dos Trabalhadores, virou o Partido dos Transgênicos. Em 2003, após sinalizações do governo Lula de que legalizaria a plantação e comercialização de OGMs (organismos geneticamente modificados), protestamos em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Um ativista vestia uma máscara com o rosto do presidente Lula e apontava para uma placa lembrando sua promessa de campanha de não liberar transgênicos no Brasil. 

Outra imagem simbólica de manifestação do Greenpeace durante o governo Lula foi quando usamos duas grandes cabeças para representar o presidente brasileiro e George W. Bush, então presidente dos Estados Unidos. Os dois líderes haviam se reunido em São Paulo para discutir sobre biocombustíveis e etanol. Exigimos aos dois chefes de estado soluções para a crise climática global, como a redução de emissões de CO2 na atmosfera.

A luta continua

Nossos 28 anos de atuação no Brasil em defesa do meio ambiente e da vida resultaram em vitórias, mas ainda há muito o que fazer pelas florestas e seus povos, pelos oceanos, pela saúde das pessoas e do planeta. Neste momento vivemos a maior crise ambiental dos últimos anos, por isso, precisamos de você para impedir que a devastação continue e vamos continuar apontando e denunciando as ameaças às florestas e todo e desmonte ambiental que está sendo colocado em prática pelo atual governo.

O que você pode fazer:

  1. Cobre ação imediata do governo federal;
  2. Compartilhe a situação do Pantanal e da Amazônia, para que mais pessoas saibam da gravidade dos incêndios;
  3. Faça parte do movimento Todos Pela Amazônia; e

Apoie organizações voluntárias locais que trabalham incansavelmente para salvar vidas no Pantanal. Veja as várias formas de ajudar o bioma aqui.

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!