Infográfico do Greenpeace reúne as histórias, imagens e dados sobre o desastre em Brumadinho. Seguiremos agora vigilantes para que novas tragédias não aconteçam

Distrito de Córrego do Feijão, no dia seguinte ao rompimento da barragem de rejeitos de minério da Vale.

Por onde passou, a lama tóxica que saiu da barragem de Córrego do Fundão, em Brumadinho, gerou destruição. No dia seguinte ao rompimento, a equipe do Greenpeace Brasil foi até a cidade mineira para reportar o que estava acontecendo, dar voz aos atingidos e cobrar quem deveria ser cobrado – no caso, a mineradora Vale, que mais uma vez agiu de forma negligente e é responsável por mais de 300 mortes.

Todo o percurso da equipe do Greenpeace na região de Brumadinho está agora reunido em uma página especial do nosso site, traduzido em mapas, imagens e textos. O infográfico conta histórias como a do povo indígena Pataxó Hã-hã-hãe. A aldeia fica a 22 quilômetros da barragem, mas a lama contaminada chegou até o trecho do Rio Paraopeba que corta o local. Os pataxó perderam parte de sua cultura, fortemente atrelada ao rio, que é fonte de alimentos e tradições.

Há também a história da professora Vera Baumfeld, que tem participado das discussões sobre licenciamento e fiscalização de barragens em Minas Gerais e atesta: há um acordo de cavalheiros entre os políticos locais e as mineradoras: “A tristeza é saber que a gente pode estar prestes a enfrentar tudo isso de novo”, diz.

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Contar essas histórias é importante porque mostra quem são as verdadeiras vítimas da atividade mineradora imprudente. Quando empresas agem pensando apenas em seus lucros, como fez a Vale, ou quando o governo permite atividades econômicas sem que haja processos de licenciamento e fiscalização devidos, as vítimas são sempre os mais fracos.

Aconteceu no Rio Doce, em 2015, aconteceu em Brumadinho em 2019 e, infelizmente, pode acontecer de novo. Desde o rompimento no Complexo de Paraopeba, o governo determinou a eliminação de barragens construídas em alteamento a montante (como a do Córrego do Feijão). E, até 2021 elas devem ser descomissionadas  – ou seja, os rejeitos devem ser retirados e a região revitalizada.

No início de abril, a Agência Nacional de Mineração interditou 56 barragens por problemas de estabilidade – dessas, 17 pertencem à Vale. E é crescente o número de barragens classificadas com risco severo ou iminente de rompimento, exigindo a evacuação da população que reside próxima a área. Até que todas essas barragens sejam, de fato, descomissionadas, elas seguem como bombas relógio.

A segurança em barragens de rejeito de minério é um problema sério no Brasil. E sua causa passa por um sistema de licenciamento ambiental e fiscalização falhos, nos quais os interesses das empresas se sobrepõem aos interesses sociais e ambientais.

Para que grandes obras tenham licença ambiental, por exemplo, é preciso que a população local seja ouvida, o que não acontece em muito casos. E a fiscalização das barragens existentes deve ser feita independente das próprias empresas, que são hoje quem contrata o laudo técnico e apresenta para o governo.  

Nós, do Greenpeace, pedimos justiça para o crime no Rio Doce e no Rio Paraopeba e,. Continuaremos trabalhando para evitar novas “fábricas de Marianas”.

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