A Comissão Internacional da Baleia, reunida no Brasil, além de negar mais uma vez a criação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul, pode liberar a caça comercial desses animais incríveis
O fato não é totalmente inesperado, mas ainda sim, é muito triste: a criação de um amplo santuário para proteger 51 espécies de baleias e golfinhos no Atlântico Sul não obteve a maioria necessária para a sua aprovação na Comissão Internacional da Baleia (CIB), que está reunida este ano em Florianópolis (SC). Dos atuais 69 membros votantes, 39 foram a favor, 25 contra, 3 abstenções, e 2 membros não participaram.
Apesar de a maioria, incluindo o Brasil, se manifestar pela criação do santuário, o índice mínimo de 75% para a aprovação não foi alcançado. A CIB tem 89 governos membros, mas nem todos eles têm direito a voto ou simplesmente não estão representados na reunião deste ano. Por mais decepcionante que seja esta decisão, estamos certos agora de que o lado da proteção é maioria. E há mais por vir deste movimento.
Desde 2014, lançamos uma petição para fortalecer o movimento em busca da aprovação do Santuário de Baleias do Atlântico Sul. Mesmo com a rejeição deste ano, tentaremos novamente na próxima reunião da CIB, em 2020.
Liberação da caça comercial “sustentável”?
Esta é uma reunião especial que só acontece a cada dois anos e, desta vez, logo após uma enorme controvérsia envolvendo imagens de baleias-azuis híbridas mortas na Islândia. Cerca de 400 delegados de vários países membros da Comissão Internacional da Baleia e representantes de várias ONGs, como o Greenpeace, estão reunidos em Florianópolis (SC) até o dia 14/9. Para além do santuário, o que está em jogo é o futuro das baleias, ameaçado por um debate polarizado em torno da caça comercial.
De um lado, os governos “pró-caça”, como o japonês, desejosos de minar a proibição da caça comercial que existe desde 1986, apresentaram a indecente proposta “Way Foward” de legitimar a atividade baleeira “de forma sustentável”, reduzindo as proteções existentes. Do outro lado, os governos “pró-baleias” estão dispostos a defendê-las. É deste grupo a “Declaração de Florianópolis”, promovida pelo Brasil, o país anfitrião, que quer comprometer a CIB a avançar como uma organização focada na conservação, a partir de três reconhecimentos: que a atividade baleeira não é mais uma atividade econômica necessária; de que as baleias são cruciais para manter os oceanos saudáveis; e das muitas ameaças que esses animais ainda enfrentam.
Nós do Greenpeace estamos acompanhando a reunião e continuaremos a defender a proibição da caça comercial de baleias e a atuar para transformar a CBI no órgão focado na conservação de que as populações de baleias que ainda restam no mundo precisam tão desesperadamente. Apoiamos a proteção marinha em grande escala, seja pela criação de santuários, como a do Oceano Antártico, seja pela aprovação de um Tratado Internacional dos Oceanos.
Você pode ser parte deste grande movimento pelo planeta. Torne-se um voluntário ou doador e ajude-nos a defender os nossos mares!
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Discussão
Meu Deus!!!! Isso é assassinato coletivo, pois matam mãe e filhotes e mais os mamíferos que estiverem por perto
Isso não pode acontecer deixarem esterminarem as baleias que ganância.
Não podemos deixar que ocorra a exterminação das baleias