O líder do povo Munduruku participou de diversas ações junto ao Greenpeace em defesa de seu território
© Tuane Fernandes / Greenpeace

É com profunda tristeza e pesar que o Greenpeace Brasil manifesta solidariedade ao povo Munduruku pelo falecimento do líder indígena e chefe dos guerreiros de seu povo, Bruno Kabá. Bruno ancestralizou neste dia 24 de janeiro por complicações de saúde.

Bruno Kabá foi um grande líder e lutou contra violações de inúmeros direitos indígenas. Ele foi incansável na batalha contra os empreendimentos dentro de seu território e pela conservação do rio Tapajós.

Ele liderou a participação de seu povo em diversos trabalhos junto ao Greenpeace, como na campanha “Salve o Tapajós!”, que buscava manter o rio Tapajós livre de hidrelétricas e conseguiu o apoio de mais de um milhão de pessoas em 2016. Ele nos auxiliou quando denunciamos a morte dos rios no território Munduruku e, mais recentemente, esteve conosco na iniciativa “Parem as Máquinas!” exigindo que a empresa sul-coreana Hyundai retirasse suas máquinas escavadeiras de dentro dos territórios originários.

Bruno, ou Bruninho para os mais próximos, foi um diplomata à frente de um exército cuja principal arma foram as palavras e o exemplo. Foi um gigante doce – seu compromisso com seu território e com a sobrevivência dos Munduruku sempre o guiou em todas as vezes que nos encontramos pra informar ao mundo o perigo que as hidrelétricas e o garimpo representavam para o vale do Tapajós e para toda a Amazônia. Aprendemos com ele que um guerreiro deve ser forte, mas também doce para ensinar os outros a lutar. Não há palavras para descrevê-lo se não como um dos mais importantes líderes de seu povo; e que exerceu com honra a condição de Chefe dos Guerreiros do povo Munduruku.

O Greenpeace Brasil sente muito a sua partida, e chama atenção para o exemplo de Bruno, um ativista que deixou seu legado – pediu e lutou junto a diversos parceiros na defesa dos direitos indígenas.

Deixamos nossos sentimentos aos familiares, ao povo Munduruku e a todo movimento indígena – que seus ancestrais o recebam!

Bruno liderando a comitiva Munduruku em Brasília numa ação em 2018, quando seu povo exigia do governo a demarcação da Terra Indígena Sawré Muybu, no Pará © Christian Braga / MNI
Bruno entra para a história como um dos mais importantes líderes e chefe dos guerreiros Munduruku © Fernando Martinho/Repórter Brasil

Sem a ajuda de pessoas como você, nosso trabalho não seria possível. O Greenpeace Brasil é uma organização independente - não aceitamos recursos de empresas, governos ou partidos políticos. Por favor, faça uma doação hoje mesmo e nos ajude a ampliar nosso trabalho de pesquisa, monitoramento e denúncia de crimes ambientais. Clique abaixo e faça a diferença!