A atuação do Greenpeace pode se traduzir nas imagens que rodam o mundo e, mais uma vez, este ano foi repleto delas

Podemos dizer que o ano de 2019 foi, no mínimo, complexo e intenso. Além de inúmeras tragédias e crimes ambientais no Brasil e no mundo, também vimos muitas mobilizações e dezenas de ações criativas e pacíficas que realizamos com pessoas comuns ao redor do mundo, que se recusam a ser meras espectadoras da realidade. Foram desde escaladas em usinas e monumentos, passando por atos de resistência, até marchas e festivais ao lado de milhões de pessoas. Nada melhor para ilustrar tudo isso que algumas dessas grandes imagens captadas pelos nossos fotógrafos. Confira a nossa seleção:

A tragédia de Brumadinho

© Fernanda Ligabue / Greenpeace

No Brasil, começamos o ano com o rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), administrada pela mineradora Vale. A lama tóxica provocou a morte de mais de 250 pessoas, animais e a vegetação ao redor. Esta foto do carro dragado pela lama no rio Paraopeba rodou a imprensa mundial e foi compartilhada pelo ator Leonardo DiCaprio, expondo os impactos dessa tragédia para milhares de pessoas no mundo. 

Solidariedade com a Amazônia

A famosa escultura “I amsterdam” se transformou em uma mensagem contra o desmatamento da Amazônia e de apoio aos povos indígenas. © Olivier Truyman / Greenpeace
© Olivier Truyman / Greenpeace

Em dezembro de 2018, o icônico letreiro “instagramavel” de Amsterdã, “Iamsterdam” (Eu sou Amsterdã), foi removido da Praça dos Museus, cartão-postal da cidade. Pois em junho deste ano ele voltou, só que um pouco diferente. “Se as milhões de pessoas que fotografaram a escultura anterior também espalharem a mensagem “Eu sou Amazônia” – teríamos uma gigantesca expressão mundial de solidariedade aos Guardiões da Floresta e à necessidade de protegê-la e, consequentemente, de mantermos o equilíbrio do clima no planeta”, disse, na época, Sigrid Deters, da campanha de biodiversidade do Greenpeace Holanda.

Cobrança da responsabilidade

Protest against President Bolsonaro in Jerusalem. © Greenpeace
© Greenpeace

Em abril, o presidente Jair Bolsonaro fez sua primeira visita à Jerusalém, em Israel. Ele foi recepcionado pelos nossos ativistas com um banner de 140 m² com a mensagem: “Bolsonaro, pare a destruição da Amazônia”, em frente ao hotel que ficou hospedado. O presidente também foi surpreendido enquanto estava em um restaurante. No lado de fora pelo vidro do estabelecimento, voluntários exibiram banners com a mesma mensagem, só que dessa vez em português e hebraico. 

A Amazônia para a proteção do planeta

© Mitja Kobal / Greenpeace

A cobrança ao presidente se mostrou necessária, pois com a alta das queimadas, os retrocessos na fiscalização e o incentivo à impunidade, era esperado uma explosão de desmatamento, mais precisamente em 9.762 km² devastados, um aumento de 30% em relação ao período anterior e a terceira maior alta percentual da história. As queimadas na Amazônia alertaram o mundo. Nossos ativista na Áustria fizeram esta ação acima na praça da Catedral de St. Stephens, em Viena, para chamar a atenção sobre a importância da maior floresta tropical do planeta para a regulação do clima. Sem Amazônia, não há como conter o aquecimento global.

Desolação nos incêndios da Indonésia

Orangutan Threatened by Haze in Central Kalimantan. © Jurnasyanto Sukarno / Greenpeace
© Jurnasyanto Sukarno / Greenpeace

Enquanto isso, na Indonésia, os incêndios também foram devastadores e chegaram a 328 mil hectares queimados, de acordo com o órgão responsável por gerenciar desastres no país. A fumaça atingiu o país vizinho, Singapura, fazendo com que a qualidade do ar tenha sido classificada como insalubre, mas quem sempre é mais afetado é a frágil vida selvagem. Nesta imagem acima, flagramos o orangotango bebendo água usando um saquinho de plástico, em meio ao cenário de terra arrasada na ilha de Salat, em Kalimantan Central.

Por menos lixo plástico no mundo

Giant Choking Plastic Whale at Viareggio Carnival in Italy. © Francesco Alesi / Greenpeace
© Francesco Alesi / Greenpeace

Este ano, esculturas de plástico foram criadas em várias cidades do mundo, para denunciar a poluição que vem invadindo os oceanos. Na Itália, nossos ativistas participaram do Carnaval de Viareggio, criando esta gigante baleia moribunda, literalmente sufocada pelos resíduos plásticos que todos os anos vem causando a morte de milhares de animais marinhos.

Impactos (in)visíveis

Plastic Waste in Verde Island, Philippines. © Noel Guevara / Greenpeace
© Noel Guevara / Greenpeace

Ainda sobre plásticos, é raro vermos o impacto que causamos quando jogamos algo fora de forma inadequada. O fotógrafo Noel Guevara flagrou essa cena inusitada no mar de Verde Island Passage, nas Filipinas, que infelizmente vem se tornando mais comum. O registro do siri no copo plástico foi durante a exploração subaquática de três dias com o navio Rainbow Warrior e a imagem correu o mundo. “Esta é uma prova inegável de como a produção irresponsável de plástico descartável ameaça nosso ambiente primitivo. Se grandes empresas como a Nestlé e a Unilever não responderem aos nossos pedidos de redução na produção de plástico descartável, paraísos como Verde Island Passage serão perdidos ”, disse Abigail Aguilar, ativista do Greenpeace.

Óleo de maisena para denunciar o óleo real

Derramamento de Óleo e Desmatamento em Brasília. © Adriano Machado / Greenpeace
© Adriano Machado / Greenpeace

No dia 23 de outubro, nossos ativistas realizaram um protesto pacífico em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília, usando óleo feito de amido de milho e corante natural, além de cinzas e madeira queimada, para simular tanto o derramamento no litoral brasileiro como a destruição da Amazônia, no local de trabalho do Presidente da República. O protesto cobrou maior reação e efetividade do poder público em enfrentar os problemas e cuidar dos atingidos. 

“Parem de nos matar”

Indígenas formam mensagem com cerca de 3.000 luzes de LED: Justiça é uma exigência desses povos por seus direitos constitucionais de proteger suas terras e florestas.
© Leo Otero/ MNI

Na 15ª edição do ATL (Acampamento Terra Livre), a maior mobilização dos povos indígenas no país, nossos ativistas criaram uma mensagem clara e direta de JUSTIÇA, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Com 8 metros de altura e 60 metros de largura, a palavra foi formada com cerca de 3.000 luzes de LED, criando a imagem acima. Abaixo, a líder da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Sônia Guajajara, representando o Brasil manchado de sangue pelos massacres cometidos contra os povos tradicionais.

© Christian Braga / MNI

Shell, limpe sua sujeira

Protests on Shell Brent Oil Platforms in the North Sea. © Marten  van Dijl / Greenpeace
© Marten van Dijl / Greenpeace

Não poderia faltar nossas clássicas ações de escalada. Ativistas do Greenpeace da Holanda, Alemanha e Dinamarca embarcaram em duas plataformas de petróleo no campo Brent, da Shell, no Mar do Norte, em um protesto pacífico contra os planos da empresa de simplesmente abandonar no Mar do Norte, como se ele fosse um grande lixão, estruturas antigas gigantes com 11 mil toneladas de petróleo. Após 24 horas de protesto e a aproximação de uma tempestade, os ativistas do Greenpeace deixaram as plataformas por segurança.

Um mergulho histórico

© Alexis Rosenfeld / Olivier Bianchimani / Greenpeace

Em agosto deste ano tivemos um grande feito para a oceanografia mundial: realizamos o primeiro mergulho humano nos Corais da Amazônia, na costa da Guiana Francesa. A descida de seis mergulhadores profissionais documentou com imagens de alta resolução a diversidade de cores e formas dos corais. Ao mesmo tempo, eles coletaram amostras biológicas para estudo. O ecossistema é formado principalmente por esponjas-do-mar, corais e rodolitos (algas calcárias). Conhecemos apenas 5% da extensão do recife de corais, mas sabemos que ali vivem ao menos 73 espécies de peixes.

Enfim, multidões pelo Clima

Global Climate Strike in Sydney. © Marcus Coblyn / Greenpeace
© Marcus Coblyn / Greenpeace

Este ano foi um marco para a causa climática. A Greve Global pelo Clima realizada em 185 países levou às ruas mais de 6 milhões de pessoas entre os dias 20 e 27 de setembro. Foram puxadas sobretudo por jovens engajados liderados pela jovem Greta Thunberg, a grande voz ativista escolhida como pessoa do ano pela revista Time. A foto acima feita em Sydney, Austrália, é apenas uma amostra de como o movimento pelo clima global está vivo e vibrante, e deve continuar em 2020 pressionando os líderes mundiais a agir com urgência para cumprir o que determina a Ciência.

Tudo o que fizemos e ainda faremos só é possível graças a pessoas como você. Obrigado por estar sempre ao nosso lado. 2020 nos aguarda, e que seja um ano de muitas ações criativas e união para lidar com os desafios que continuam. 

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