O programa vai apoiar jovens ativistas que atuam em territórios urbanos e periféricos nas Regiões Metropolitanas de Manaus, Recife e São Paulo
Mais de 4 milhões de pessoas vivem em regiões com risco de deslizamento, inundação e enxurrada no Brasil, segundo dados do governo federal. Esses impactos recaem principalmente sobre as populações negras, quilombolas e indígenas que vivem em áreas como periferias e favelas, baixadas e encostas. São territórios fora do interesse da especulação imobiliária em contexto urbano e onde acontecem as piores consequências dos eventos climáticos extremos, cada vez mais frequentes e intensos.
Existe uma enorme lacuna em políticas públicas para lidar com eventos climáticos extremos que resultam em impactos evitáveis, caso políticas de adaptação já existissem. E é justamente nessa lacuna que o programa Adaptajuv: advocacy, adaptação e juventudes pelo clima vai atuar, com oficinas de formação para jovens ativistas ligados a iniciativas, coletivos ou organizações não governamentais que se conectem com a luta por justiça climática, contra o racismo ambiental e expressem potencial e interesse em incidir sobre a agenda climática de seu município.
“O Adaptajuv vem em um momento fundamental e urgente em que centenas de comunidades estão agindo para responder às consequências dos eventos extremos decorrentes da crise climática. É um programa com potencial para fomentar soluções pensadas por quem está sendo mais impactado e, por meio do advocacy, transformá-las em aplicações de políticas públicas”, afirma Pamela Gopi, porta-voz da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.
O programa será voltado para jovens com idade entre 18 e 35 anos que moram e atuam em contexto urbano e periférico nas capitais e Regiões Metropolitanas de Manaus (AM), Recife (PE) e São Paulo (SP).
O Adaptajuv vai acontecer em duas etapas. Na primeira serão selecionados 135 jovens, com disponibilização de 30 bolsas conectividade para apoiar o acesso à Internet, pois as aulas de formação nesta primeira fase serão on-line. Ao final deste ciclo, seis organizações, duas de cada território, serão selecionadas para apoio e suporte na elaboração de campanhas de advocacy climático que terão seus projetos apoiados financeiramente.
Com os projetos em mãos, os jovens participantes terão as ferramentas necessárias para incidir por políticas públicas adequadas para adaptar os territórios aos impactos cada vez mais frequentes e intensos da crise climática, considerando as desigualdades sociais e territoriais.
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