Ocupamos a avenida mais famosa de São Paulo para falar de mobilidade e chamar quem esteve por lá para somar forças na Greve Global pelo Clima; veja como foi

Ativistas do Greenpeace levantam placas com os dizeres "De bicicleta preservo minha saúde e a saúde da floresta", "Bruno Covas, pare de estragar nossos pulmões", Quem gosta de combustível fóssil são os dinossauros da política", com Avenida Paulista em perspectiva, dia de sol

Aproveitamos a Paulista Aberta para cobrar a responsabilidade do governo por não fornecer transporte público de qualidade e sustentável em São Paulo, e chamar as pessoas para participar da Greve Global Pelo Clima, marcada para a sexta-feira (20)

Nestes tempos de emergência climática e destruição da natureza em prol de um desenvolvimento que é insustentável, nada melhor do que refrescar o corpo com limonada geladinha e abrir a mente com boas conversas, para que imaginemos juntos um futuro possível e justo para todos!

Foi o que nós, do Greenpeace Brasil, fizemos: acordamos cedinho no domingo (15) e inundamos a Avenida Paulista, em São Paulo, para lembrar as pessoas sobre o quão incômodo é o carro, principalmente para quem é pedestre ou ciclista, e chamar todo mundo que passava por ali para somar forças na Greve Global Pelo Clima, ato mundial marcado para a próxima sexta-feira (20).

Aproveitamos a Paulista Aberta – aos domingos e feriados, a avenida mais emblemática da cidade fica fechada para carros das 10h às 18h – para passar a mensagem. Nos vestimos de veículos barulhentos, que buzinavam e gritavam frases típicas de motoristas estressados, como “sai da frente!” e “não tá vendo o carro?”, invertendo a ordem (afinal, em dias de Paulista Aberta não pode entrar carro!) e provocando risadas dos pedestres que eram obrigados a desviar dos nossos “manobristas”.

Junto com um grupo de cicloativistas, fizemos uma bicicletada com direito à Vingança das Bikes: os ciclistas “atropelaram” os carros, como numa revanche simbólica por todo o estresse que um ciclista passa diariamente nas ruas lotadas de carros em São Paulo.

“Carro é um problema. Tem que tirar da frente mesmo, libertar a cidade para as pessoas ocuparem!”, brincou Aline Cavalcante, da ONG Ciclocidade, depois do atropelamento. Ela mandou a letra: “precisamos de menos carros na cidade, e mais ônibus, mais bicicletas e mais calçadas para os pedestres.”

Um dos frequentadores da Paulista Aberta, o professor de química Vinícius César Dias, parou a corridinha matinal para tomar um suco de limão e conversar sobre maneiras alternativas de se locomover pela cidade.

Vinícius não tem tempo a perder: ativista de mobilidade, o professor organiza grupos de corrida e dá aulas em duas escolas diferentes. Quando bate o sinal de uma escola, ele sai correndo – literalmente – para a outra. Não só porque a vida de um paulistano é corrida. Ele também corre por ter consciência ambiental.

Em meio ao frenesi paulistano, há quem caminhe em busca de tranquilidade. É o caso do antropólogo Ubirajara Freire, que pratica meditação e aproveitou que armamos uma rede no meio da avenida para descansar os pés, após caminhar dois quilômetros do Parque do Ibirapuera até a Paulista. “Sempre caminho pelas ruas mais calmas, onde não passam ônibus e o tráfego de carros é menor. É possível fazer caminhadas tranquilas em São Paulo, fugindo da fumaça e do calor dos ônibus, e do barulho das buzinas dos carros e motos”.

Para o antropólogo, que pedala muito antes da criação de ciclovias na capital, ter mais faixas exclusivas para bicicletas é fundamental: “se existissem mais ciclovias, as pessoas que não andam de bicicleta no dia-a-dia se sentiriam mais seguras para testar essa alternativa de transporte urbano”.

Para finalizar a manhã divertida, a cantora Selma Paiva animou os transeuntes com músicas que falam sobre clima e cidades, e ajudou a mobilizar pessoas para estarmos todos juntos na Greve Global Pelo Clima. Nossa atividade na Paulista Aberta funcionou como um combustível (limpo, é claro) para continuarmos unidos por um bem comum: um futuro justo para todos!

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