Doador do Greenpeace há 7 anos conta como vem aplicando suas convicções pessoais pela defesa do planeta em um meio profissional de grande impacto

“Sou um profissional da indústria e para evitar conflitos em relação à minha posição crítica, prefiro não expor minha identidade. Mas faço minha parte no meu entorno e gostaria de compartilhar essa experiência com vocês.

Sou conectado à natureza desde criança. Mas quando crescemos, a mecânica da sociedade nos distancia do caráter humano e esquecemos que não estamos à parte da natureza, e sim somos parte dela. Gradualmente, o homem foi transformado pela indústria do comodismo neste último século, se distanciando dessa perspectiva.

Comecei a refletir então que a ecologia está ligada ao social, não tem como separar uma coisa da outra. Sou ecológico e sou sociedade. Ou seja, o ambiente natural e o construído estão intimamente interligados.

Isso ficou claro para mim em um momento da minha vida profissional, quando fui trabalhar em uma empresa que estava construindo uma hidrelétrica em uma região de conservação ambiental. As informações não eram tão acessíveis como hoje com a internet.

Meu trabalho era legal, no sentido de que seguia todos os regimentos da lei. Mas a  legislação avança e vai permitindo os impactos. Não se constrói uma hidrelétrica sem impactos. Uma desapropriação para represar água causa danos absurdos. Assim como a usina de Angra dos Reis foi construída com a liberação do governo, mesmo todos nós sabendo que um pequeno incidente pode se transformar em uma tragédia radioativa, no meu trabalho não foi diferente. Mesmo sendo legal, causou um grande impacto na natureza. Percebi naquela ocasião como tudo se resume a uma demanda da sociedade e interesses financeiros.

Não era o melhor dos cenários, mas fiz o possível, a nível pessoal, para me relacionar melhor com o meio ambiente nessa situação. Rapidamente, me especializei em capturas de animais peçonhentos no Instituto Butantã para ajudar a retirar as serpentes das pistas e evitar maiores danos. Um trabalho de formiguinha…

Hoje, em um novo emprego, sou técnico de segurança do trabalho. Continuo na indústria, porém com uma faceta forte em educação. Falo de saúde, segurança e meio ambiente e meu esforço está em multiplicar esses conhecimentos e preocupações para meus colegas mudarem seus comportamentos e levarem o que aprendem para suas casas.

Usamos canecas em vez de copos plásticos; segregamos corretamente o lixo; instalamos mais janelas para reduzir o consumo de energia com iluminação natural; temos um projeto interessante de conscientização do uso de papel, controlando impressões;eliminando os lixos individuais das mesas, forçando os colegas a levarem a um local único e separá-los para reciclagem. Monitoro containers e garanto que tudo seja declarado ao Ibama.

Entre os maiores desafios do meu trabalho estão os operários sem conhecimento, e a direção que não compreende que, mais do que ser burocrático, a preocupação ambiental é um bem para toda a sociedade. Eu sei que faz parte do negócio ter lucro, mas a que custo?

Compro briga sempre que o departamento de meio ambiente não é convocado para reuniões de implantação de novos projetos; ou quando o departamento de compras não barra produtos que não estamos preparados para tratar e descartar. Aliás, esta é minha briga diária.

Sou criado em uma sociedade consumista onde a obsolescência programada acontece em tudo. Mas existem situações simples que podem ser evitadas. Por exemplo: não consuma canudos. Todos falam que são higiênicos, mas até que ponto? A que custo? Por que toalha de papel se podemos ter uma de pano?  As pessoas usam quilos de papel para enxugar as pontas dos dedos!

Nunca interagi com o Greenpeace, mas me considero um multiplicador discreto de suas ideias. Quando pequeno, ouvi falar pela primeira vez da organização na National Geographic, numa reportagem com imagens de baleias sendo abatidas e os ativistas protegendo-as, mesmo recebendo jatos de água. Isso foi  marcante!

Deixei de ser doador por um período que fiquei desempregado, mas assim que voltei ao trabalho reiniciei minha contribuição. Acho ótimo a independência do Greenpeace. A mídia não relata as situações em sua essência e a população tem uma visão equivocada e superficial do seu trabalho.

Fico na torcida para que mais pessoas possam doar e ampliar o conhecimento sobre o Greenpeace.  Se todos participarem, certamente atingiremos nossos objetivos mais rápido e mudaremos a forma como a sociedade se relaciona com a natureza. Um mundo em que não seria mais necessário o Greenpeace, pois todos seríamos Greenpeace.

Pode parecer utopia, mas enquanto isso não acontece, continuo fazendo a minha parte como doador, acompanhando este trabalho inspirador e sendo um agente de mudança.”

XXXXXXX, 38 anos, é doador do Greenpeace há sete anos e um multiplicador de bons hábitos. E você, gostaria de inspirar pessoas e causar reflexões?

Escreva para a gente: [email protected]

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