Enquanto usarmos fontes sujas como o petróleo, a ameaça vai existir. É urgente a transição para uma economia que priorize a vida.

Enorme mancha de óleo contamina 40% da costa de Israel e afeta 16 comunidades. © Elad Aybes / Greenpeace

Todas as praias da costa de Israel estão fechadas devido a um derramamento de óleo que atingiu a costa do país. Enquanto isso, voluntários arriscam a própria vida para tentar limpar os ainda incalculáveis danos de mais um crime ambiental.

A mesma fonte suja de energia que em 2019 impactou drasticamente a vida na costa brasileira, o petróleo, segue colocando em risco a existência de populações, plantas e animais. 

Embora a origem do derramamento em Israel ainda não tenha sido esclarecida, é provável que tenha vindo do descarte ilegal de lavagens de tanques de óleo cru a cerca de 50 quilômetros da costa. Autoridades estão investigando.

Algumas das tristes cenas de Israel são muito parecidas com as que vimos no Brasil, em 2019, quando manchas de óleo invadiram todos os estados do Nordeste e dois do Sudeste. Animais com seus corpos tomados por petróleo sufocando na beira da praia, alguns já mortos, pessoas aflitas tentando salvar a si mesmas, uma vez que é do mar que muitas populações dependem para garantir sua renda, sua comida, sua sobrevivência, e a dura certeza de que este não será o último crime ambiental se não acabarmos com a era do petróleo e dos combustíveis fósseis. 

Em Israel, não se sabe ainda quantos anos serão necessários para limpar a costa após este que já é considerado um dos maiores desastres ambientais na história do país.

No Brasil, ninguém nunca foi responsabilizado ou punido e até hoje as populações locais lutam por justiça do governo, reparação e monitoramento ambiental, em uma realidade que se tornou ainda mais difícil com a chegada da pandemia. 

Vivemos uma crise climática e a razão principal é justamente a queima de combustíveis fósseis. As soluções existem e precisamos acelerar a transição para uma matriz energética verdadeiramente justa, limpa e renovável. Enquanto não fizermos isso, a crise climática se agravará e continuaremos diante de um grande risco de novas tragédias como essa em Israel e como no Brasil em 2019. No momento, o governo brasileiro oferece mais de dois mil blocos de óleo e gás, inclusive na Amazônia. Ou seja, além de parecer dar as costas para tudo o que a população já passou, coloca em risco nossos mares e também a floresta Amazônica, que é fundamental para o enfrentamento da crise climática“, diz Thiago Almeida, representante da campanha de Clima e Justiça do Greenpeace Brasil.

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