A biodiversidade amazônica é uma das maiores do mundo — e isso também envolve a fauna da região. Há animais diversos entre a floresta, rios e outras partes da área. Porém, muitos deles estão ameaçados,há animais em extinção na Amazônia.

Eles são afetados principalmente pelas mudanças que ocorrem na região, com destaque para aquelas causadas pela exploração predatória e ilegal de recursos. Ao conhecer essas espécies, você entenderá o que está em jogo e por que a preservação é tão necessária.

A seguir, veja quais são as 10 espécies em extinção na Amazônia.

Woolly monkeySquirrel monkey with baby

Quais são os 10 animais em risco de extinção na Amazônia?

Entre os animais da Amazônia em extinção há desde pequenos mamíferos até grandes animais aquáticos.

1. Onça-pintada

A onça-pintada (Panthera onca) é o maior felino das Américas e é uma das principais espécies ameaçadas. Sua pelagem dourada com manchas escuras é única para cada animal, como impressões digitais são individuais em humanos. Além disso, ela também é uma exímia predadora, em especial por sua capacidade de nadar e caçar.

As onças-pintadas têm um papel fundamental no controle da população de outras espécies, contribuindo para o equilíbrio do ecossistema. 

Umdos principais motivos para a diminuição da sua população é a caça ilegal, especialmente por parte de criadores que desejam proteger seu gado no entorno.

2. Gato-maracajá

O gato-maracajá (Leopardus wiedii) é um pequeno felino amazônico, de pelagem curta e aparência que o assemelha às famosas onças. Apesar de ser nativo da América Central, ele se adaptou bem à região amazônica.

Seu comportamento é principalmente noturno e solitário e ele também é um predador de grande eficiência. Assim como a onça-pintada, o gato-maracajá tem um papel importante para o equilíbrio do ecossistema local.

Além de estar perdendo habitat ao longo dos anos por razões que veremos em breve, essa espécie é um dos alvos da caça ilegal. Esses fatores fazem com que sua população venha sendo reduzida gradualmente.

3. Macaco-aranha

O macaco-aranha (Ateles sp.) recebe esse nome por ter uma pelagem escura e membros esguios, que fazem com que ele lembre um aracnídeo. Esse tipo de macaco passa a maior parte do tempo no topo das árvores, consumindo, principalmente, frutas nativas.

Outra característica sobre essa espécie é que esses macacos costumam viver em tropas, que são grupos sociais com dezenas de indivíduos. Para a biodiversidade, eles são essenciais para a dispersão de sementes, favorecendo a variedade da flora.

A diminuição da disponibilidade alimentar e a destruição de áreas de floresta representam riscos para a continuidade dessa espécie. 

4. Gavião-real

Uma das aves de rapina mais impressionantes da Amazônia é o gavião-real (Harpia harpyja). Essa espécie de plumagem cinza e branca e crista de penas escuras, se destaca por ser um hábil predador. Sua envergadura pode chegar a até dois metros, o que o coloca no topo da cadeia alimentar.

Além de ajudar a controlar a população de diversas espécies, ele é um grande indicador da saúde ecológica da região, já que a sua presença ocorre em florestas bem conservadas e os seus ninhos são construídos no topo de árvores altas. Assim, a perda crescente de habitat (por diversos fatores enumerados mais adiante nesse texto) também o coloca nessa lista.

5. Boto-cor-de-rosa

Protagonista de muitas lendas amazônicas, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis) é um dos animais mais conhecidos da região. Esse mamífero aquático recebe esse nome por ter uma aparência rosada que está ligada à idade de cada indivíduo e às características ambientais.

Eles são sociáveis até mesmo com humanos, estabelecendo uma convivência pacífica com as comunidades locais. Entre as suas presas, estão peixes, crustáceos e pequenos mamíferos.

A sua reprodução acontece nos períodos de cheias, então, as secas na Amazônia são ameaças à sua existência. Além disso, a presença de hidrelétricas e a pesca predatória também o colocam em risco.

6. Peixe-boi da Amazônia

O peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis) está entre os principais animais em extinção na região. Embora eles estejam plenamente adaptados à vida nos rios amazônicos, as mudanças nos habitats aumentam o risco para essa espécie.

Esses animais costumam ser tranquilos e solitários, com movimentos lentos e passam a maior parte do seu tempo nadando. Do ponto de vista cultural, eles são considerados sagrados para diversas comunidades, fazendo parte de muitas tradições regionais.

7. Ariranha

A ariranha (Pteronura brasiliensis) está entre os maiores mustelídeos do mundo, podendo chegar a pesar até 35 quilos. Todo o seu corpo é adaptado para viver na água, sua vida é nadar nos rios e nos lagos amazônicos.

Ela também pode alcançar grandes profundidades de mergulho, em especial em busca de alimentos como peixes, moluscos e até répteis. Essa espécie usa um sistema próprio de comunicação e vive em pequenos grupos, mas está ameaçada pela destruição contínua de seus territórios, assim como o boto-cor-de-rosa e o peixe-boi da Amazônia.

8. Ararajuba

A ararajuba (Guaruba guarouba) é uma ave de plumagem única e colorida, se destacando pelo tom amarelo. Como ela se alimenta principalmente de frutas, brotos e sementes, a ararajuba contribui para a dispersão de sementes e para a variedade da flora.

Outra característica dessa espécie é o canto alto, especialmente para interagir com o seu bando. Dependendo do caso, essas araras podem imitar sons de outros animais e da floresta, o que indica sua adaptação à região.

A ararajuba está entre os principais animais em extinção na Amazônia também por causa do tráfico de animais silvestres. Suas plumas exuberantes a tornam um alvo de muitos criminosos, afetando a continuidade da espécie.

9. Doninha da Amazônia

A doninha da Amazônia (Mustela africana) é mais um mamífero característico da região. Seu corpo esguio e com pernas curtas permite que ela se locomova de forma ágil, principalmente à noite.

A dieta da doninha da Amazônia é composta principalmente por pequenos animais, já que ela é carnívora. Suas dimensões menores também permitem que ela cace em espaços estreitos, como tocas ou partes altas de árvores.

Por causa de sua pele, ela tende a ser um alvo preferencial de caçadores. Somando isso aos impactos no habitat, a espécie corre riscos na região.

10. Sauim-de-coleira

Completando a lista com os principais animais em extinção na Floresta Amazônica está o sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), uma espécie oriunda da América Central. Esse primata é pequeno e a sua pelagem é mais clara ao redor do pescoço, lembrando uma coleira — o que justifica o seu nome.

Esse é um animal social que vive em grupos familiares e que tem um comportamento ágil entre as copas das árvores amazônicas. Sua alimentação varia de frutas a insetos e pequenos vertebrados.

A continuidade da espécie é ameaçada por diversos fatores, desde a perda de habitat até a competição por alimentos com espécies invasoras.

Quais são as causas da extinção dos animais?

São diversos os fatores que ameaçam a extinção de animais amazônicos. As atividades predatórias realizadas na região estão no topo da lista, já que elas interferem no equilíbrio e na biodiversidade. Veja detalhes sobre elas a seguir.

Desmatamento

O desmatamento na Amazônia é um dos principais fatores para a perda de diversidade animal na região. A retirada de vegetação nativa, pela derrubada de árvores, destrói habitats de diversas espécies. Esse processo acontece majoritariamente para abrir espaço para a atividade pecuária e agrícola, mas também pelo comércio madeireiro. Muitos pássaros deixam de ter lugar para fazer seus ninhos e outros animais passam a competir mais por alimento.

Ao ter menos abrigos disponíveis, os  padrões de comportamento podem ser afetados — inclusive de reprodução, prejudicando a preservação da fauna amazônica.

Expansão agrícola

Outra grande ameaça  tem a ver com a expansão da fronteira agrícola. Conforme as propriedades agropecuárias se expandem, é comum que desmatem para criação de gado, por exemplo. 

Além de invadir e destruir o território das espécies nativas, a expansão agrícola também pode motivar a fragmentação de habitats, fenômeno que acontece quando uma área grande e contínua de um habitat específico é diminuída ou dividida em várias áreas. Provoca, assim, o isolamento de populações de animais e, ainda, a contaminação pelo uso intenso de agrotóxicos. Desse modo, toda a saúde da fauna da Amazônia é prejudicada.

Queimadas

As queimadas na Amazônia também contribuem para a extinção de animais e se ligam diretamente aos dois fatores anteriores. Frequentemente, a “limpeza” de novas áreas para o pasto é feita com fogo. Logo, a expansão da atividade agrícola costuma estar associada à ocorrência de diversos incêndios.

A perda de vegetação, promovida pelo desmatamento, também torna as áreas mais suscetíveis a queimadas. Conforme o fogo se espalha, há destruição de habitats naturais, morte de animais e prejuízos à saúde deles causados pela fumaça.

Garimpo ilegal

Também podemos dizer que o garimpo ilegal contribui para a perda de espécies nativas. A exploração ilegal de ouro e de outros minerais causa danos como a contaminação por mercúrio e outros químicos, o que afeta principalmente o solo e os rios.

Ainda, a fixação da moradia de garimpeiros em áreas de exploração costuma levar à destruição de partes significativas da floresta. Com isso, os efeitos que você acabou de conhecer tendem a se acumular e ameaçar a fauna local.

Extração de petróleo

A extração de petróleo na Amazônia, mesmo quando ocorre de maneira legal, contribui para a ocorrência de espécies em extinção. Além de haver a destruição de habitats para a atividade exploratória, há o risco de vazamentos de petróleo e de outros produtos. Isso pode prejudicar a fauna e a flora, comprometendo a sobrevivência das espécies.

Já a construção da infraestrutura para a atividade, como estradas, gasodutos e oleodutos, causa a fragmentação de habitats. Além disso, esse pode ser um fator que facilita a ocorrência de caça ilegal a espécies nativas ou até mesmo o tráfico de animais silvestres.

Mudanças climáticas

A emergência climática que vivemos também se relaciona com tudo isso, claro! A mudança nos regimes de chuvas, por exemplo, contribui para a ocorrência de secas ou alagamentos de grandes proporções. Essa diferença afeta os habitats e o comportamento de espécies. O aumento de temperatura e a diminuição de umidade também têm impactos sobre os animais que estão adaptados às condições naturais da região. No geral, as alterações climáticas afetam o equilíbrio dos ecossistemas, prejudicando as populações de diversas espécies.

Ajude o Greenpeace a salvar a fauna da Amazônia

O Greenpeace atua em diversas frentes para proteger a Amazônia e a sua fauna, como por meio da campanha Salve a Amazônia!. Graças à conscientização e à cobrança de políticas efetivas, buscamos fazer com que esses e outros animais possam continuar a existir na região. Para participar, doe e ajude a proteger a Amazônia.

Ao chegar até aqui, você viu quais são os 10 animais em extinção na Amazônia e as principais causas para esse problema. Por isso, precisamos agir para garantir que essas e outras espécies não sejam perdidas de vez.

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