A empresa mantém um projeto para explorar petróleo na costa do território francês que pode causar graves danos ao recife dos Corais da Amazônia observados na região

Mangue na Guiana Francesa

Mangues na costa da Guiana Francesa estão ameaçados por um vazamento de petróleo caso a Total perfure o mar próximo dali.

Não basta para a Total buscar por petróleo e ameaçar o recife dos Corais da Amazônia na costa do Brasil. A ganância da empresa é tanta que ela está busca perfurar também um poço na costa da Guiana Francesa. Este poço está a mais de 2 mil metros de profundidade e a 150 km da costa.

Assim como no projeto brasileiro, um vazamento de óleo ali ameaçaria o recife dos Corais da Amazônia, que também existe no mar daquele país. Em maio, nossa expedição com o navio Esperanza mostrou pela primeira vez imagens de corais e esponjas-do-mar na região da Guiana Francesa, provando que o ecossistema se estende para além das águas do Brasil. Essa notícia deixa claro que os Corais da Amazônia escondem ainda muitos segredos a serem revelados. Pesquisadores afirmam que muito pouco do recife é conhecido e que nele podem existir espécies de peixes, esponjas-do-mar e até bactérias ainda desconhecidas pela ciência.

Mas, antes do nosso anúncio, a própria Total já tinha reconhecido a presença do recife em águas da Guiana Francesa, segundo seu Estudo de Impacto Ambiental (EIA). E, como sempre, a empresa insiste em começar uma atividade que irá colocar em risco o bem-estar do recife e de comunidades que habitam a costa.

Peixes e formação de recifes nos Corais da Amazônia

Imagens captadas do submarino dos Corais da Amazônia. Pesquisadores acreditam que o recife abriga espécies ainda desconhecidas pela ciência.

Atualmente, a empresa está em processo para obter a aprovação de seu licenciamento ambiental com o governo da Guiana Francesa. Até o dia 23 de agosto, foi aberta uma consulta pública para que a população tivesse a chance de dar sua opinião sobre o projeto.

A empresa diz que, em caso de um acidente no mar da Guiana Francesa, o equipamento para conter o óleo derramado vai demorar 30 dias para chegar até o local. Trinta dias! É um mês inteiro em que o petróleo vai se espalhar pelo mar, contaminando as águas e podendo matar peixes, tartarugas-marinhas, baleias e tantos outros animais que vivem ali. Também poderá atingir e causar danos irreparáveis ao recife dos Corais da Amazônia. E não para por aí. Um vazamento de petróleo é também uma ameaça à vida de muitas pessoas que dependem da pesca e, claro, de um oceano saudável para viver.

Uma “solução” que a Total considera para limpar o oceano, segundo a própria empresa, seria usar dispersantes químicos para conter o óleo. Só que o tipo de dispersante que a petrolífera planeja usar é tóxico para corais. Ou seja, não existe solução viável. A saída é não explorar petróleo para que não exista a possibilidade de um vazamento.

Aparentemente, a petrolífera não aprendeu nada desde que começou a tentar explorar a costa do Brasil. E continua com seus projetos arriscados que colocam o lucro na frente da natureza e das pessoas.

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