Em sua fala na Assembleia das Nações Unidas, o nosso chefe de estado espalhou desinformação sobre temas graves como fome, violência e preservação da Amazônia

Infelizmente, se tornou rotina desmentir o nosso chefe de estado em discursos internacionais… Em seus 15 minutos de fala na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, no último dia 20, o presidente Bolsonaro distorceu dados e informações sobre as principais urgências que assolam a população brasileira, principalmente as famílias mais vulneráveis. Portanto, baseados em referências e comprovações científicas – e não em boatos! – apontamos cinco mentiras e contradições ditas pelo presidente Bolsonaro na ONU. Se informe e espalhe! 

  1. FOME E AGRONEGÓCIO
    Segundo o presidente, “sem o agronegócio brasileiro, o mundo passaria fome”, mas enquanto batemos recorde na safra de grãos, mais de 33 milhões de brasileiros não têm o que comer em casa (dados: Rede PENSSAN, 2022). 
  1. PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA
    A “Amazônia intocada” descrita pelo presidente está cada vez mais próxima de um ponto de não retorno, quando a floresta não conseguirá mais se recuperar. Principalmente após o desmonte promovido pelo atual governo, com menos fiscalização e punição de crimes ambientais. Se compararmos 2018 (último ano antes do governo Bolsonaro) com 2021, a maior floresta tropical do mundo teve alta de 218% nas queimadas e de 75% no desmatamento (dados: INPE, 2021). 
  1. VIOLÊNCIA NO CAMPO
    Ao contrário do que foi dito, a “violência no campo não caiu”, mas sim AUMENTOU, assim como os ataques aos povos originários e defensores ambientais, como o caso Bruno e Dom. Só neste mês de setembro, pelo menos sete indígenas foram mortos; o mais recente foi o da liderança Guarani-Kaiowá Victorino Sanches, no último dia 13. Em 2021, houve um aumento de 75% nos assassinatos rurais em relação ao ano anterior, segundo o relatório anual da Comissão Pastoral da Terra (CPT).
  1. CORRUPÇÃO
    O presidente afirmou que seu governo “extirpou a corrupção sistêmica que existia no país”, porém lembramos que seu ex-Ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi afastado do cargo após ser acusado de facilitar a maior exportação ilegal de madeira já registrada no país, em 2021. 
  1. ENERGIA RENOVÁVEL
    O dado “84% da nossa matriz elétrica atualmente é renovável” é verdadeiro, MAS o governo Bolsonaro tem preferido investir em queima de combustíveis fósseis, uma fonte de energia suja e mais cara, desprezando o grande potencial do país em fontes como solar e eólica. Entre 2020 e 2021, o Brasil aumentou em 77% a geração de energia por meio de usinas termelétricas fósseis, sendo que, no ano passado, o setor foi responsável pela emissão do equivalente a 58 milhões de toneladas de CO². Além disso, as hidrelétricas, consideradas “renováveis”, apresentam um alto impacto socioambiental que não pode ser ignorado. (dados: Instituto de Energia e Meio Ambiente – IEMA).

    A sociedade brasileira está cansada dessa maquiagem verde, queremos PROPOSTAS EFICAZES! Confira as seis propostas do Greenpeace Brasil para reconstruir o país.

Protestos contra o governo Bolsonaro em Nova Iorque

Para o denunciar o chefe de Estado brasileiro por suas políticas anti-indígenas e antiambientais, às vésperas da Assembleia Geral da ONU e da Semana do Clima, que aconteceram em Nova Iorque no mês de setembro, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), o Comitê Defend Democracy in Brazil (DDB-NY), junto com o Greenpeace Brasil e o Greenpeace Estados Unidos, realizaram uma projeção do centro da cidade. 
Desmatamento recorde, aumento das queimadas e a resistência dos povos indígenas foram algumas das mensagens destacadas. “As Terras Indígenas são as áreas mais preservadas no Brasil todo, porém esse papel não se reverte em proteção dos nossos direitos. Cada dia vemos a violência aumentando, indígenas sendo assassinados e a destruição dos nossos territórios acontecendo de forma intensa”, disse Dinamam Tuxá, coordenador-executivo da APIB. 

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